Painel do One Agro Summit coloca sustentabilidade em pauta destacando a possibilidade de liderança do Brasil
A sustentabilidade deixou de ser apenas um diferencial para se tornar condição essencial no presente — e no futuro — da agricultura.
E o Brasil, com sua matriz energética limpa e um modelo agrícola tropical de alta produtividade, tem nas mãos a oportunidade de liderar essa transformação. Foi o que ficou claro durante o One Agro Summit, promovido pela Syngenta em Brasília no começo de abril.
Entre os destaques do encontro, os especialistas Marcos Jank, professor do INSPER e referência internacional em agronegócio, ao lado de Yulia Bereshchenko, Diretora de Desenvolvimento de Negócios Sustentáveis e Relações com Investidores – Astarta Kiyv, reforçaram que a agricultura pode e deve ser protagonista na agenda ambiental.
“O maior desafio é que os governos e o público em geral reconheçam a agricultura não como um problema, mas como uma solução para as mudanças climáticas e a carbonização”, afirmou Yulia. “Isso exige que clientes, governos e o público reconheçam o valor da sustentabilidade e estejam dispostos a investir nisso.”
O desafio do Brasil e sua vantagem competitiva
Para Jank, o Brasil já tem grande parte dos caminhos trilhados. “Temos uma agricultura de baixo carbono cada vez mais consolidada, com experiência em bioenergia, práticas sustentáveis há 70 anos. Se resolvermos o problema histórico do desmatamento ilegal, especialmente na região Norte, todo o resto da agenda é positivo para a gente.”

Marcos Jank destacou durante o painel o potencial brasileiro
A fala de Jank toca num ponto sensível e urgente: a imagem do país no cenário internacional ainda sofre com os altos índices de desmatamento. No entanto, quando o assunto é produção agrícola com baixo impacto ambiental, o Brasil mostra musculatura. A transição energética, por exemplo, está em curso nas fazendas, com o uso crescente de energia solar e biometano.
“Nossa matriz energética é 50% renovável. O mundo, hoje, é 84% fóssil. Isso nos coloca como campeões mundiais em energia limpa”, ressaltou o professor.
Casos reais de sustentabilidade
Jank trouxe exemplos práticos que reforçam como mercado e sustentabilidade caminham juntos. Um deles é o chamado “Boi China”: para atender às exigências do país asiático, o Brasil reduziu o tempo de abate do gado para até 30 meses. O resultado? Menor emissão de metano e ganhos de mercado.
Outro destaque é a intensificação da produção sem derrubar uma árvore. “A integração lavoura-pecuária mostra que estamos expandindo a agricultura sobre pastos, não sobre florestas”, apontou Jank.

“Esse é o agro do futuro: segurança alimentar, energética e climática ao mesmo tempo”, afirmou Yulia.
Yulia Bereshchenko, acrescentou. “Há tecnologias e soluções incríveis nas mãos dos agricultores, e cada um pode contribuir com a descarbonização. Mas isso precisa ser financeiramente viável.”
A voz do campo: tecnologia e cuidado com o solo
Os especialistas reforçaram que a sustentabilidade não é apenas um discurso bonito, mas uma realidade já presente nas lavouras brasileiras — e que precisa ser potencializada com tecnologia e valorização.
“A agricultura é parte da solução dos desafios climáticos. O produtor rural brasileiro tem papel fundamental nesse cenário, e a ciência é sua principal aliada”, afirmou Yulia.
Jank destacou ainda a importância de cuidar do solo — o bem mais precioso do agro — e o papel da Syngenta no incentivo às boas práticas. “Preservar o solo é fundamental. É nele que tudo começa, e nossa missão é oferecer ferramentas que ajudem o produtor a produzir mais, com menos impacto”, disse.
Segundo ele, a Syngenta está comprometida com essa transição. “Temos feito investimentos importantes em inovação e conexão com o campo, e o One Agro é uma forma de escutar o produtor, entender suas dores e, junto com ele, construir essa nova realidade.”
Um agro global e conectado
O One Agro Summit reuniu lideranças e especialistas de diversas partes do mundo, reforçando o caráter internacional da discussão. “A agricultura é muito heterogênea. No Brasil, produzimos de cinco a seis toneladas por hectare. Na África, menos de uma tonelada”, comparou Jank.
“Por isso, encontros como esse são fundamentais. O diálogo internacional entre lideranças ajuda a avançar em segurança alimentar, climática e energética.”
Yulia, que já atuou em diversos mercados, também acredita na força do coletivo. “Temos que conectar ciência, inovação, financiamento e vontade política. E o produtor está no centro disso tudo.”

Evento reuniu lideranças e autoridades do agronegócio brasileiro e mundial
Um movimento, não só um evento
Ao fim da conversa, Jank resumiu bem o espírito da transformação que o agro está vivenciando: “O One Agro é mais do que um evento, é um movimento.”
E se depender da energia dos produtores, da ciência que nasce no campo e de líderes dispostos a dialogar com o mundo, esse movimento tem tudo para ser liderado pelo Brasil.
A Syngenta apoia o produtor rural em todos os momentos, oferecendo soluções inovadoras e sustentáveis.
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